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Milton Nascimento & Fernando Brant
Maria, Maria é um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, Maria é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas agüenta
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz a fé nessa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida
Mas é preciso ter força...
Mas é preciso ter manha...
Ah-Eh / Ah-Eh-Ah-Ah-Eh...
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Música no podcast: 'Maria, Maria', de Milton Nascimento e Fernando Brant.
Gravação do CD 'Clube da Esquina II'. 1972, EMI.
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Esta é minha homenagem mineira ao Dia da Mulher - 08 março!
Beijos a todas as mulheres!
Maria Valéria.
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Foto (acima): A "Boneca em Cerâmica", peça da artesã Isabel Mendes da Cunha, do Vale do Jequitinhonha (MG), que retrata uma mãe amamentando o filho, foi a peça vencedora do prêmio Unesco de Artesanato, na 7ª edição do prêmio Unesco de Artesanato para América Latina e Caribe. Foto by Fábio di Castro.
Cerâmica do Vale do Jequitinhonha – MG
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Tradutor - Translator
sexta-feira, 14 de março de 2008
MULHER MINEIRA
Recebi este texto via e-mail, de meu amigo Sérgio, um carioca que adora mineiras - para ele, elas são as melhores! Ele desconhecia a autoria do texto, mas, pesquisando na net, descobri que o o autor é mineirim tb, Eder Souza Ferreira de Sá. Valeu, Eder!
Adorei o texto, me diverti muito ao ler, e dedico às mulheres do Brasil, em especial às minhas conterrâneas, as mineiras!
Para escutar, postei 'Maria, Maria!', de Milton Nascimento - o Bituca. (para ouvir é só clicar no podcast)
MULHER MINEIRA
"Gostaria muito de poder encontrar palavras para poder dizer do orgulho que sinto de ser mineiro. Meus pais não poderiam me dar um presente melhor. Se existir uma outra vida, quero nascer mineiro de novo. Mas tem uma coisa melhor que eu gosto mais do que ser mineiro: é namorar as mineiras.
Mineira não usa perfume e cheira gostoso demais. O jeito irresistível que a mineira tem para conversar no portão, sem encarar nos olhos e mexendo com os botões da nossa camisa é que nos conquista. Essa sabedoria não se aprende em nenhuma universidade.
Joaquim da Mata, o Velho Quincas, filósofo dos cafundós de Minas, quando compara o jeito de ser de uma mineira com o de outra mulher, afirma que a "deferença" está no preparo. O "caldinho" que envolve a mineira e dá a ela este jeitinho tão gostoso foi preparado em panela de ferro num fogão à lenha.
Mineira não mente, conta lorota. Não menstrua, fica úmida. Não paquera, espia. Não fica bonita, já nasce formosa. Mineira não curte um som, ouve música. Não fala, proseia. Mineira não come estrogonofe, mas adora um picadinho de carne. Não faz crediário, compra fiado. Mineira não transa, faz amor. Não fica pelada, mostra as "vergonhas". Não erra, comete engano. Mineira não chupa cana, toma garapa na beira do engenho. Não liga pra ninguém, mas telefona pra todo mundo. Mineira não trai marido, escorrega na rua.
Mineira ama diferente. Flerta de longe, promete com o olhar e cumpre tudo o que não precisou esclarecer com palavras. Ela sabe que amor não é para discursar, é pra fazer. Ama com os olhos, com as mãos, com o sorriso, com os gestos. Mineira ama com o corpo inteiro e com toda a sofreguidão da alma.
Conheci muitos tipos de brasileiras. Faceiras, trigueiras, formosas, irresistíveis, loiras, morenas, mulatas, cafuzas, todas bonitas, mas só as mineiras têm essa brejeirice, essa paciência de construir sem pressa uma teia de aconchegos e mimos e lembranças e sorrisos, que nós das Gerais tanto apreciamos.
Existem coisas que já nascem com a mulher e muitas destas coisas estão diretamente ligadas ao lugar. Mineira faz doce como ninguém neste país. Quem já provou doce de cidra ou de leite feito por mineira, sabe o que é bom. Goiabada e marmelada, nem se fala. Queijo então é até pecado comparar.
Mineira estuda menos e ensina mais porque o que há de melhor ela já nasceu sabendo. Isso se deve à simplicidade das mineiras que se embelezam com bijuterias e ofuscam o brilho de jóias raras. Mineira se veste de chita e fica bonita, porque mineira não segue, mas faz moda. Mineira não usa tênis, enfeita as alpercatas. Mineira vai à igreja, assiste missa, comunga, mas por via das dúvidas toma um passe de candomblé e joga rosas vermelhas pra Iemanjá. Assim descobre caminhos que levam à Deus. Também faz política, porque sempre sabe distinguir o certo do errado. Escondida por trás da simplicidade de toda mineira está uma guerreira pronta pra lutar pelo Brasil.
Dizem mesmo nas Gerais que é a mulher quem ensina o homem a ficar rico. Mineira não é feminista: é feminina. Pra que lutar contra os homens, se todo o poder está mesmo em suas mãos? Mulher, quando casa com homem rico, vira madame. Mineira vira esposa."
Espero que tenham gostado tanto quanto eu, e, tem tudo a ver com o meu blog!
E como diz a letra da música folk: "QUEM TE CONHECE NÃO ESQUECE JAMAIS, OH MINAS GERAIS!!!"
Beijos,
Maria Valéria.
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Fotos (acima e ao lado): 'Bonecas' de Dona Isabel (Isabel Mendes da Cunha) (1924), que é certamente a mais famosa artesã que trabalha com barro no Vale do Jequitinhonha. Exerce o seu ofício, "mexe com o barro", possui um saber ancestral obtido de seus antepassados indígenas, cresceu vendo a mãe trabalhar no pequeno vilarejo de Santana do Araçuaí no Município de Ponto dos Volantes.
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Música no podcast: 'Maria, Maria', de Milton Nascimento.
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